quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

Ghenadie Sontu


Por demais inumano
Sangro por não saber calar
E amanheço menos de mim
Dia após dia
Estação após estação
Como quem não sabe
Onde jaz a própria vida
Onde ressoam as raízes da alma
Onde sonham as formigas verdes
Escuta
Sou espantalho singrando lamúrias
Sou espantalho guardando cantigas
Sou espantalho fingindo poesia
Sou espantalho vestido de restos
Tristonho espantalho
Curvo e ensimesmado
Pois há pássaros noturnos
Repousando em meus braços
E eu não os sei aninhar.

3 comentários:

Conceição Paulino disse...

e os pássaros nocturnos debicaram-me os olhos e partiram...não sei se são esses k por aí andam agora. Cuida-te.
Bom f.s. Bjs e ;)

Anônimo disse...

...quando os souberes aninhar, aí sim, serás o espantalho...
beijinho e abraços
teresa

Priscila de Freitas disse...

Olá!
Gosto dos símbolos usados. Imagens forte e talvez baudelerianas...