domingo, 4 de dezembro de 2011

ao lirinha


o pedaço de céu que você me mandou


não há parede a cabê-lo


não há janela a contê-lo


nem dor júbilo ou horizonte


a sabê-lo


[que não eu]


a cantar-te daqui

sábado, 22 de outubro de 2011

o filho que nascerei
há muito repousa no rosto dos meus mortos
castanhos, olhos castanhos
e um sorriso que entardece primaveras

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

alimenta meus sonhos
porque sozinho
porque desnudo 
porque cansado
de tamanho pesar

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

donde vens
que não trazes
os girassóis
que um dia sonhei?



quinta-feira, 16 de junho de 2011

com o outono
cicatrizando-me a pele
busco
tão longe de casa
pequenos gestos
paisagens
vestígios quaisquer
[acalentos às memórias]

quarta-feira, 23 de março de 2011

ali, no quintal
de manhãzinha
inventava as estrelas cadentes
que lhe povoariam de sorrisos
as noites desertas.


ali, no quintal
de manhãzinha
soletrava o voo dos besouros
e aquarelava pingos de chuva
acreditando que a infância não iria acabar.

[das árvores aprendera a fundura do vento]

queria mesmo com as formigas verdes sonhar