segunda-feira, 30 de abril de 2007




há girassóis no teu enluarar
pedaços de mundo pertinho de mim

esquecidos,
caem aos pares

encantados,
giram aos montes

vagalumeados,
brincam sem fim

(amor crescendo raízes no espantalho coração)

sexta-feira, 13 de abril de 2007


eram sorrisos com cheiro de pequenas manhãs jardineiras de sol
que meus horizontes diziam
eram dores escritas como quem abraça sonhos mortos junto ao peito
que meus prantos guardavam
eram tardes vazias diante do esquecimento náufrago da tua presença
que meus planos escondiam

(e se não fosse tudo tão breve
qual barquinhos de papel sobre nós,
oceano
menina dos olhos graúdos que colorem primaveras,
destino algum aos nossos pés existiria?)

domingo, 1 de abril de 2007



- Hoje, diga hoje; eu preciso saber por quantas andam teus sonhos, desamores e medos.
- Estive longe, e longe fui para descobrir os girassóis que amanhecerás quando contigo eu puder sorrir.
- Soube que tuas manhãs sobreviveram à saudade e teus olhos já colorem chuvas ao entardecer...
- Minhas noites escondem-se em sentimentos náufragos, apequenadas e mudas.
- As estrelas cadentes que o teu céu esperançavam, devo esquecê-las?
- Invento sóis quando me acoberta o frio, aprendi a solidão. Tua ausência estrangula minha farsa. Sou um homem vestido de cinzas, fiz do amor escombros.
- E não é o amor um punhado de cores sobrevivendo aquarelas?
- E não era amor o que meus anjos noturnos ao teu lado velavam?


imagem de Jose tonito rodriguez