segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

antonio berni

pro amigo esquilo. e pra menina que eu amo.

você, quando se despede junto ao amanhecer, entrega-me ao medo e eu, eu não sei mais como escapar de ser um menino que deixou suas aquarelas caírem no chão. não sou capaz de inventar outro alguém, só você e seus ombros nus onde repousam borboletas amarelas. és quem alcança minhas margens, formando redemoinhos que viram carrosséis e fazem da vida uma brincadeira de roda sem tempo pra acabar [lembra quando éramos nosso mundo? eu cantarolava cantigas enquanto acarinhava tuas costas; você sonhava deitada ao meu lado, e sorria] se eu não fosse esse homem trancado ao assombro de saber-te meu completo sentido, logo-logo seríamos arribação, sorrisos emigrando daqui pra acolá. posso sentir nossos pés molhados de chuva e o nosso coração batendo mais forte quando, espantados, descobrimos que as nuvens não são tão altas assim [poderíamos brincar de saltá-las ao final de cada tarde, quando o sol procura estrelas dentro do mar...quão felizes! quão felizes!] mas, eu sei de mim as minhas distâncias que tornam qualquer felicidade insuportavelmente irreal. só não quando você está aqui – aí, o céu respira. por que hoje você resolveu não estar?

3 comentários:

A czarina das quinquilharias disse...

se atrasou descendo as nuvens. há de ser isso, mas ela logo chega.
(adorei)
bjo

Luzzsh disse...

Lindo, sensível...e tão pesaroso (de saudade? Tristeza? Dor? Melancolia? Vai saber...)que a gente o sente - o pesar - ao ler...

Lindo...

Beijos...

Leandro Jardim disse...

Rapaz, que coisa bela!!!!
És um poeta que admiro muito!