
PRIMEIRA AURORA E O DESPERTAR DO ESPANTALHO
Lembro das vozes preenchendo as frestas da alma
Deslizando como se tudo fosse transparente
E os segredos não pesassem nos ossos.
Segundo após segundo, sentia meu corpo embrutecer
– sem que pudesse conter a veemência do medo
fechava-me num mundo insensível que me custou caro inventar –
[ paredes brancas
chão de tacos corridos
rachaduras no teto
o céu em fagulhas
estrelas e girassóis no centro do arco-íris
o canto da cigarra engolido pela noite
a voz da minha mãe fazendo-me ninar]
– embruteci –
Encaixotei brinquedos e esperança
Desenhei um horizonte mudo
Onde palavras sangrariam enquanto durasse a dor
E as vozes continuariam distantes
Lembro das vozes preenchendo as frestas da alma
Deslizando como se tudo fosse transparente
E os segredos não pesassem nos ossos.
Segundo após segundo, sentia meu corpo embrutecer
– sem que pudesse conter a veemência do medo
fechava-me num mundo insensível que me custou caro inventar –
[ paredes brancas
chão de tacos corridos
rachaduras no teto
o céu em fagulhas
estrelas e girassóis no centro do arco-íris
o canto da cigarra engolido pela noite
a voz da minha mãe fazendo-me ninar]
– embruteci –
Encaixotei brinquedos e esperança
Desenhei um horizonte mudo
Onde palavras sangrariam enquanto durasse a dor
E as vozes continuariam distantes
Nesse lugar esquecido dentro da ausência de ti.
3 comentários:
Belo poema.
Fico muda de tanto gostar.
Beijos
Lírico e críptico.
Postar um comentário