domingo, 9 de abril de 2006

salvador dali

A MENINA DESENHANDO NUVENS NO CÉU DO ESPANTALHO

- Teus cílios, aproxime-se de mim.
- Quantas vezes o sol adormeceu enquanto você sonhava?
- Não tenho sonhos, sou feito de palha e de mentiras.
- Nos teus ombros, os pássaros celebram as manhãs?
- Não os ouço, meus ouvidos guardam auroras.
-
Meus cílios, o que vês?
- As primaveras que não tive. Tua alma escrita no silêncio da chuva.







5 comentários:

Anônimo disse...

Perturbador...

Warum Nicht? disse...

overdose lírica!
por que eu me emociono com essas situações impossíveis de serem ditas, mas que tu nos narra com esmero, sem farpas?
já estou virando fã.
ps: esta imagem de don dali é meu plano de fundo, por acaso...

m.t. disse...

o silêncio da chuva nos fala muito...
a tarde cinzenta e o horizonte invisível possuem, além das lágrimas choradas, as palavras certas para nos comover...

como estas, tuas!

Anônimo disse...

Oh Douglas!que lindo, que emoção. Ainda bem que alguém escreve as primaveras não vividas...

Anônimo disse...

Douglas,

Sou apreciadora da sua escrita há tempos.
Professora em Pernambuco, desenvolvo um projeto de incentivo à leitura através da poesia - poemas e prosas poéticas.
Escolhi para levar às turmas alguns de seus textos, e se autorizar, gostaria de mantê-los publicados no blog "Dialogando com o Belo", onde exponho o que mais os encanta durante as aulas-sarau.

Desde já, parabenizo em meu nome em nome da "galerinha" o escritor que você é.

Abraços.

Katyuscia.