quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

não, a solidão destas tardes chuvosas e úmidas de verão é incapaz de conter a ausência tua, azul.

não, é-me danoso crer na cura dos males desse mundo tão estúpido e atarefado que nos amordaça, branco.

não, sou espantalho e sobrevivo quieto ao esvoaçar desenfreado do tempo que faz tudo tão distante, ocre.


[minha matéria-prima é sonhar ensandecido o brilho inviolável dos teus olhos de menina, castanhos]

Um comentário:

m.t. disse...

Era o tempo passando num redemoinho de cores - nos azuis dos teus lábios, que roubei para mim -, era o tempo que já não agüentava mais ser passado para trás. Era a vida que girava confusa pelos nossos olhos - e nós, descrentes de tudo -, que passava rapidamente, e chocava e boquiabria os que prestavam mais atenção...