
nossas mãos tinham o tamanho dum rompante
de andorinhas infinitando o céu,
azul...
azul...
éramos irmãos feitos de nuvens
descobrindo no lamento da chuva o nascer do arco-íris
brincando de faz-de-conta num mundo que cabia
no canteiro de flores do nosso jardim
[o vento fracionando o tempo
trazia coisas pequenas aos nossos olhos
– gafanhotos e formigas-de-fogo
folhas de outono e auroras
cirandas e girassóis –
acomodá-las na caixa de lápis de cor
transformava o desconhecido em poesia,
o fantasiar por um triz ]
só não desconfiávamos que os sorrisos caducariam aos montes
calando-nos no peito o cantar das cigarras
roubando-nos na alma a meninice emprenhada de sonhos
e fé.
imagem de fernando diniz
5 comentários:
lindo, lindo, lindo...principalmente o que está dentro dos colchetes...
E meus olhos azuis estão aqui, desbotando. Roubaram-me a meninice, o brilho, a vontade. Dou queixa à polícia?
(vou te linkar, tá?)
Beijos.
Realidade dura mas verdadeira.
fantasia versus realidade e vivas a você que genialmente coloca isto em poesia.
Parabéns!
"só não desconfiávamos que os sorrisos caducariam aos montes
calando-nos no peito o cantar das cigarras
roubando-nos na alma a meninice emprenhada de sonhos
e fé."
bem bonito isso..
beijos daqui...
Olá!
Belas Palavras, sinto sons e sentidos.
Adicionei seu blog nos meus links!
Daniela Milagres
Postar um comentário