quarta-feira, 28 de junho de 2006

maria elena duque


e se tudo afunda
subtrai e desencorpa
e se tudo distancia
atropela e desfigura
o que está ao meu redor
porque não estás aqui

[minhas noites crescem
no lado oposto
onde auroras não há]


.
.
.


e se tudo estanca
fragiliza e descolore
e se tudo caduca
adoece e desimporta
o que sobrevive no meu peito
porque amputam você de mim

[minhas preces ecoam
nos cômodos vazios
onde a fé não está]

quinta-feira, 15 de junho de 2006



diz
como te esquecer
se o tempo que deveria passar
estacionou nos meus olhos
pedintes dos teus

diz
como fingir que nada houve
se as memórias que deveriam sumir
gritam na minha pele
viciada de você

diz
como fugir daqui
se todos os caminhos levam a ti
e o amanhã nada é
quando não estás comigo

[tenho fábulas pra contar
tenho soldados de chumbo pra te proteger
tenho brincadeiras de roda pra te sorrir
tenho preces pra te orar
uma alvorada de girassóis pra te amanhecer]

domingo, 4 de junho de 2006



ouço você
e meu coração sente
amor
*
ouço você
e meus ossos sabem
amor
*
ouço você
e meus anjos oram
amor
*
ouço você
e meu mundo sorri
amor
*
ouço você
e meus medos somem
amor
*
ouço você
e acredito na vida
amor
*
[é no teu colo que o menino em mim se põe a sonhar]