quarta-feira, 28 de junho de 2006

maria elena duque


e se tudo afunda
subtrai e desencorpa
e se tudo distancia
atropela e desfigura
o que está ao meu redor
porque não estás aqui

[minhas noites crescem
no lado oposto
onde auroras não há]


.
.
.


e se tudo estanca
fragiliza e descolore
e se tudo caduca
adoece e desimporta
o que sobrevive no meu peito
porque amputam você de mim

[minhas preces ecoam
nos cômodos vazios
onde a fé não está]

4 comentários:

  1. ecoam no teu cavo coração

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  2. a fé chegará, poeta, mas o sangue não parará de jorrar.

    sds

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  3. Também bom descobrir vocë.
    De um lirismo agudo e triste.
    Belo, portanto.

    Espero tuas pegadas.
    Estrelas.

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