Porque disseram que eu sou um erro. Porque cuspiram no meu rosto um homem mentiroso que nunca serei. Porque nesse mundo de sorrisos acinzentados não é permitido respirar felicidade. Porque eu preciso sobreviver pra que o mundo de nós dois não morra. Porque eu preciso inventar um adeus que seja nunca. Um adeus que tenha fim.
dou-te as lágrimas
que neguei ao colo de deus:
eu preciso recuperar o sonho
que escapou aos nossos olhos
levando consigo a candura
encantada dos girassóis.
dou-te as preces
que acreditam nas minhas mãos:
aninhe-as quando chegar o entardecer
para que povoem no teu céu andorinhas
azulando as manhãs solitárias e frágeis